0 Pensem seriamente sobre estes oito itens – Thomas Watson (1620-1686)
Primeiro, nossa
vida se vai rapidamente. Gregório compara nossa vida com um marinheiro
navegando a todo vapor. Estamos cada dia navegando rapidamente em direção à
eternidade.
Segundo, os
tempos da graça, embora sejam preciosos, não são permanentes. A misericórdia
desprezada será como a pomba na arca de Noé, abrirá suas asas e voará para
longe de nós. A época áurea da Inglaterra - e da humanidade - irá passar
rapidamente. As bênçãos do evangelho são muito doces, porém são muito
passageiras. "Mas agora isto está encoberto aos teus olhos." (Luc.
19:42). Não sabemos quando o candelabro dourado poderá ser removido.
Terceiro, haverá
um tempo quando o Espírito terá parado de contender. Há um fluir do Espírito, o
qual, tendo sido negligenciado, é possível que não tornemos a ver um novo fluir
acontecer. Quando a consciência pára de acusar, geralmente é porque o Espírito
cessou de contender.
Quarto, a
perda das oportunidades do evangelho será o inferno do inferno. Quando então,
no último dia, o pecador deverá pensar consigo mesmo: "Oh, o que eu
poderia ter sido! Eu poderia ser tão rico quanto os anjos, tão rico quanto o
céu pudesse me tornar. Eu tive o tempo oportuno para trabalhar e o perdi.
"Isso será como um câncer corroendo-o. Isso intensificará e acentuará sua
miséria. Portanto, permitam que tudo isso venha rapidamente persuadi-los a
desenvolver a sua salvação.
Quinto, vocês
podem desenvolver sua salvação sem que isso os impeça de realizar seu trabalho
profissional. Desenvolver a salvação e realizar seu trabalho secular para o
qual foi chamado não é inconsistente. E coloco dessa forma para evitar
objeções. Alguém poderia dizer: "Mas eu trabalho tanto visando o céu que
não tenho tempo para meus negócios." Estejam certos de que o sábio Deus
nunca faria com que um de Seus mandamentos interferisse em seu sustento. Da
mesma forma como Ele quer que vocês busquem o Seu reino (Mat. 6:33), Ele também
quer que supram o sustento de suas famílias. (I Tim. 5:8). Vocês podem
desenvolver os dois negócios juntos. Não gosto daque¬les que fazem com que a
igreja exclua o emprego comercial, fazendo com que passem todo o tempo ouvindo,
e assim negligenciando suas responsabilidades no lar. (II Tess. 3:11). Eles são
como os lírios do campo, "os quais não tecem nem fiam. "(Mat. 6:28).
Deus nunca selou nenhuma autorização a favor da preguiça. Ele ordena e
recomenda diligência em sua ocupação, o que pode também nos incentivar a buscar
a salvação, porque esta ocupação não nos isentará de nossas outras obrigações.
Um homem pode seguir a Deus totalmente como Calebe (Num. 14:34), e ainda fazer
como Davi: "...seguiras ovelhas pejadas " (Sal. 78:71). Piedade e
diligência devem andar juntas.
Sexto, a
inescusabilidade daqueles que negligenciam o desenvolvimento de sua salvação.
Eu imagino ouvir Deus discutindo o caso com um homem no último dia, da seguinte
maneira: "Por que você não trabalhou? Eu lhe dei tempo para fazê-lo, Eu
lhe dei iluminação com que trabalhar, lhe dei Meu evangelho, Meu Espírito, Meus
ministros. Eu lhe dei talentos para trabalhar, coloquei a recompensa diante de
você. Por que não desenvolveu a sua salvação? Tanto pode ser preguiça quanto
obstinação. Teria havido algum outro trabalho de tão grande importância para
você fazer? Você trabalhou nos tijolos mas não no ouro. O que poderia dizer a
seu favor para que a sentença não lhe fosse dada?"Oh, como o pecador
ficará sem palavras nessa hora, e como cortará o seu coração pensar em como
negligenciou sim salvação sem poder explicar o porquê!
Sétimo, a
inexprimível miséria daqueles que não desenvolveram sua salvação. Aqueles que
dormem na semeadura mendigarão na colheita. Após a morte, quando estiverem
esperando receber uma colheita de glória, eles estarão implorando por uma gota
d'agua como fez o rico no hades. Os vadios desocupados são levados presos para
serem investigados. Aqueles que não desenvolveram sua salvação, saibam que o
inferno é a prisão de Deus para a qual serão mandados.
Oitavo, se
tudo isto não os convencer, considerem por último para o que estamos
trabalhando. Ninguém se esmera por uma ninharia. Estamos trabalhando por uma
coroa, por um trono, por um paraíso, e tudo isso está compreendido em uma só
palavra: salvação. Eis algo estimulante em que trabalhar. Todos os homens
desejam a salvação. É a coroa de nossas esperanças. Nenhum esforço é grande
demais para se conseguí-la. Quantos sacrifícios os homens estão dispostos a
fazer para conseguirem o poder e o cetro na terra! Imaginem então se os reinos
deste mundo fossem mais gloriosos do que são, com alicerces de ouro, muros de
pérolas, janelas de safiras. O que seria isso comparado ao reino pelo qual
trabalhamos? Seria mais fácil abraçar todo o universo do que descrever esse
reino em todo o seu esplendor e magnificência.
A salvação é uma coisa formosa.
Está tão acima de nossos pensamentos quanto está acima de nossos merecimentos.
Oh, como isso pode acrescentar asas aos nossos esforços. O mercador correrá por
regiões de frio e calor a fim de conseguir um pequeno prêmio. O soldado, por um
rico soldo de guerra, suportará a bala e a espada. Ele suportará alegremente
uma primavera sangrenta, visando obter uma colheita dourada. Oh, então, quanto
mais nós devemos dar nosso santo suor por este bendito prêmio da salvação!
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